Capitulo 12

Eu podia sentir a raiva se apoderar de mim lentamente enquanto observava com atenção o rosto assustado das três garotas que haviam cercado Vanessa. A loira que estava á frente de todas elas parecia carregar um leve sorriso vitorioso enquanto se colocava em frente da minha morena que revirou os olhos e abraçou com força o urso que eu havia dado para ela a poucos minutos atrás na barraca de tiro.

-Zac querido. – A loira passou pelas amigas e se colocou à minha frente. Ergui uma sobrancelha em sua direção esperando ela terminar de falar. – Estava com saudades de você. Nunca mais apareceu lá em casa depois da festa de Britney.

-Festa da Britney foi ontem. E ontem eu estava em casa com a minha namorada.

Vi quando a garota que eu não sabia o nome ficou levemente vermelha enquanto apoiava as mãos em meu peito. Dei um passo para trás me afastando daquele toque desagradável. Ela deve ter percebido que eu não estava gostando do seu toque já que seu rosto se tornou levemente debochado e raivoso.

-Está fugindo de mim?

-Não te conheço. Não gosto que me toquem sem meu consentimento. – Cruzei novamente meus braços em meu peito olhando as três garotas á minha frente. – Agora eu quero saber qual era a vossa ideia. Porque viram perturbar a minha namorada?

As duas de trás deram um passo para trás ao contrário da loira que se aproximou de mim novamente. Antes que eu pudesse fazer algum movimento Vanessa se colocou no nosso meio e empurrou com toda a força a loira fazendo ela cair no chão.

-Chega dessa palhaçada. – Ela cruzou os braços e começou a bater o pé no chão nervosamente. – Já entendi a sua ideia loira. Mas pode desistir. Agora se me dão licença eu e o meu namorado estamos num encontro!

Ela pegou em meu braço e sem me dar tempo começou a nos puxar em direção á entrada da roda gigante. Assim que paramos eu foquei meus olhos em seu rosto. Pelo que eu estava vendo ela estava nervosa devido ao confronto com as garotas, mas pode ver também uma centelha de ciúme em seus olhos que fez um enorme sorriso se abrir em meu rosto.

Nunca pensei que fosse gostar de ver uma garota com ciumes. Sempre achei esse tipo de sentimento muito idiota e primitivo, mas ver Vanessa com ciumes fez com que algo dentro de mim revirasse de alegria.

Não sei bem como descrever ou o que saber o que estou a sentir. Mas era verdadeiro. Eu podia sentir isso.

 [...]

-Você está gostando do passeio?

Perguntei enquanto caminhávamos em direção ao pequeno parque de piquenique que havia ao lado do parque de diversões da cidade. Havia alguns casais espalhados por ali, assim como famílias e grupos de amigos mais afastados que pareciam estar se divertindo.

Meu plano era leva-la para o meu lugar secreto, onde eu ia sempre que queria pensar e relaxar, mas ainda era cedo e eu não queria que ela se sentisse precionada ou algo do genero. Teria que ir com calma para não assusta-la. Não quero que ela saia correndo para as montanhas com medo de mim.

Então optei pelo lago que havia no meio do parque. Era a área mais deserta do parque, quase ninguém se afastava demais do parque.

-Sim está tudo perfeito!

Fiz uma pequena careta ao lembrar as três garotas de mais cedo, mas logo afastei a lembrança. Desde que nos afastamos delas Vanessa me acompanhava sempre e sempre olhava de lado para qualquer garota que me dava uma segunda olhada. Eu achava divertido.

Não que ela fizesse isso com mas intenções, eu podia ver que era quase natural ela se sentir possessiva. Eu me sentia do mesmo jeito com ela. Talvez até pior.

Assim que paramos perto do lago pode ver o enorme sorriso que ela tinha em seu rosto, enquanto observava com admiração a paisagem que se estendia á nossa frente. De onde estávamos podíamos ver a cidade devido ao penhasco que ficava a alguns bons metros do lago. O sol alto nos brindava com a sua luz fazendo tudo parecer ainda mais bonito.

-Meu deus que lindo!

-Não tanto quanto você! – Dei de ombros colocando a sesta de comida no chão. –Vem vamos arrumar tudo estou com fome!

Ela riu bagunçando meus cabelos ao mesmo tempo que pegava na toalha vermelha xadrez que trouxe.

-Clichê? – Perguntei erguendo uma sobrancelha na direção dela.

-Romântico!

-Você gosta de romances ein! – Brinquei enquanto a via estendendo a toalha do meu lado.

-Sim eu gosto! – Ela olhou na minha direção dando um enorme sorriso, me fazendo derreter. – Principalmente do nosso romance.

[...]

-Então você quer assumir os negócios do seu pai? – Perguntei brincando com a ponta do seu cabelo que parecia brilhar á luz do sol.

Nós estávamos deitados na toalha logo após termos comido. Sua cabeça estava deitada em meu peito, agora nu, enquanto eu apreciava o toque dos seus dedos quentes em meu peito ao mesmo tempo que eu brincava com seu longo cabelo. O sol estava começando a se deitar. Eu sabia que estava ficando tarde, mas não queria sair daqui. Parecia que era o nosso pequeno mundo. Nada nos podia atingir ali. Só eu e ela.

-Essa é a ideia. Ou era. – Um suspiro saiu por entre seus dentes e ela se levantou, apoiando seu corpo num dos braços enquanto me olhava. – Estou pensando em mudar meu curso para Literatura ou História.

-Você não está feliz com o curso que escolheu?

-Esse era o sonho do meu pai, seguir suas pisadas, mas eu não me dou bem com a fama prefiro a calmaria. Sei lá!

Ela voltou a se deitar no meu peito olhando pro céu azul. Seu rosto estava sério e eu podia ver a dúvida e o medo ali gravada em seus olhos castanhos.

-Sabe o que eu acho? – Perguntei chamando sua atenção pra mim.

- O que?

-Que você pode fazer os dois. Precisará de História para poder definir melhor cada roteiro para os filmes. Precisará de um pouco de técnica literária devido aos livros que veem sido cada vez mais adaptados ao mundo cinematográfico. Pode juntar seu sonho com o sonho do seu pai. – Me ergui levemente nos virando ficando frente a frente com ela. – Poderá ser mais feliz assim, não haverá dúvidas. Nem medos.

-Onde você andou? – Sussurrou sorrindo passando a mão no meu rosto.

-Por ai esperando você aparecer!

Sussurrei de volta puxando seu rosto para o meu. Assim que nossas bocas se encostaram pode sentir todo o meu corpo queimando de alegria. Era tão bom sentir sua boca quente na minha, sua língua se entrelaçando e dançando a mesma dança coreografada que a minha e sentir aquele sabor doce da sua boca.

Separei de leve e olhei em seus olhos. Olhos que me encaravam com alegria. Ela era minha e eu sabia disso. Só precisava que fosse oficial.

-Namora comigo? Me deixa te mostrar que eu posso ser mais que eu sou agora.